Sarcófago: O homem que sabia javanês

Adaptado do conto de Lima Barreto, esta edição de Literatura Brasileira em Quadrinhos (Escala Educacional, 2007) é uma das deliciosas histórias bem próprias da personalidade brasileira: tenta-se tirar proveito de tudo inclusive da ingenuidade alheia, assunto tão próprio nestes tempos de acusações a dirigentes corruptos de instituições religiosas.

Na trama, Castelo, um mulato desempregado, vê um anúncio para contratação de professor de javanês – a língua da ilha de Java – e após aprender meia dúzia ou dúzia e meia de palavras e sem domínio da língua pouco além dos rudimentos do alfabeto básico, se oferece para o cargo. Sustentando a mentira por anos, consegue sucesso e indicações para a consulados e embaixadas.

Adaptado por Jo Fevereiro (roteiro, desenhos e cores) & Sebastião Seabra (nanquim) é uma excelente oportunidade de ver uma genuína “graphic novel” nacional com uma trama bem amarrada e interessante, pois sou contra o “ler quadrinhos nacionais” por ler, devemos ler o quê é bom, não importando o país de origem.