Livro do mês: O hobbit


Na contra-capa de "O hobbit" está uma daquelas citações de críticos que não levam a lugar algum "O mundo está dividido entre aqueles que já leram O hobbit e O senhor dos anéis e aqueles que ainda não leram" (The Sunday Times). Devo confessar que estou ainda na segunda categoria, pois acabei de ler O hobbit, mas ainda não li O senhor do anéis, algo que tentarei fazer nas próximas semanas.

Ler O hobbit é legal especialmente agora que Peter Jackson & Guilhermo Del Toro estão envolvidos na produção de um filme com a história do livro.

Escrito em 1.937 para os filhos de Tolkien "O hobbit" (J.R.R. Tolkien, Editora Martins Fontes, 2009, 3ª edição) é exatamente isto: uma história para crianças. E neste caso específico sequer chega a ser uma fábula pois não tem moral, é apenas uma aventura, uma sucessão de eventos onde impreterivelmente as coisas vão dando certo, até que raramente dêem errado.

Tudo lembra uma sessão de RPG onde o mago convoca um ladrão (Bilbo Bolseiro, o hobbit do título, que não deseja viver a aventura proposta) para acompanhar anões em busca de um tesouro que é guardado por um dragão. Para chegar ao tesouro terão que viajar metade de um mundo cheio de criaturas místicas (trolls, orcs, águia e aranhas gigantes, homens-ursos, elfos e povos afastados) e chegando lá, pode ser que parte de seus objetivos mudem.

Não é um grande romance, já que é muito previsível, não é uma grande aventura, já que não tem muita ação e sim, longos diálogos, resolvendo muitos problemas na base da mais pura reflexão ou simplesmente jogando uma ação principal para um grupo secundário de personagens (como o enfrentamento com Smaug), mas vale como curiosidade como prelúdio de O senhor do anéis, já que é lá que surge Gollum e o famoso anel no excelente capítulo "Advinhas no escuro".

Só não sei dizer se apenas o fato de ser prelúdio para a trilogia sustenta o livro...