Histórias bem contadas


Relendo Liga da Justiça – Um novo começo eu vejo que o estereótipo da fase cômica atinge muito este arco.

Realmente a equipe já soltava piadinhas, o Lanterna Verde Guy Gardner era o machão de plantão da editora e realmente Batman deu um soco nele, tudo isso neste arco, mas o humor esculhambado só atingiria níveis estratosféricos nos arcos seguintes.

Infelizmente tudo mundo esquece que é uma boa história cercada de clichês. Há a entrada de heróis e os vilões contratados, e há o inocente maquiavélico que na verdade está sendo dominado por uma consciência estranha. Mas há nestas histórias mais naturalidade que houve em vários momentos da Liga.

Vamos por partes.

A equipe vinha de uma fase não tão elegante. Os membros originais foram afastados e a equipe ficou reduzida ao Caçador de Marte que recrutou Cigana, Gládio, Víxen e Vibro. O clássico satélite da década de 1970 foi destruído em Crise nas Infinitas Terras (1.985), e durante Lendas (1.986) a maxi-série seguinte da DC Comics acabou com a equipe, matando dois de seus membros: Gládio e Vibro. J’Onn extingue a equipe, que é reorganizada ao final de Lendas.

Keith Giffen e JM DeMatteis não eram desconhecidos em 1.987. Giffen já havia feito Legião dos Super-Heróis, Justice e Omega Men; DeMatteis já tinha feito Moonshadow, Marvel Team-Up e Capitão América, apenas para ficar nas obras mais representativas de ambos (sim eles tinham feito bem mais do quê isso). Kevin Maguire realmente era desconhecido, mas seu traço que privilegia expressões faciais casou bem com o tom da série.

A trama do arco era legal e atirava em várias direções sem errar nenhuma. A equipe estava se reorganizando e havia diferenças propositais entre os membros. Havia um empresário que gostaria de representar a equipe e transformá-la em algo “maior”... e consegue!  

Maxwell Lord consegue que a Liga se torne “Internacional”, sendo financiada pela ONU e com “embaixadas” em cada pais membro. Como forma de monitoria a URSS e os EUA obrigam a equipe a aceitar um Soviete Supremo e o Capitão Átomo, respectivamente. Além disso havia uma trama com o Coronel Rumaan Harjavti de Bialya, onde ele manipulava os heróicos Avanteadores (uma resposta da DC Comics ao Esquadrão Supremo, onde aqui se “homenageava” os Vingadores) numa série de eventos para conter armas atômicas.

Com oito edições todas as tramas abertas são resolvidas à contento, deixando lacunas de bom tamanho para que se continue a seguir, mas sem deixar a trama com a sensação de história incompleta.

E rir?

Bem, neste início você ria, achava graça, mas não era uma palhaçada como se tornaria, infelizmente até o esgotamento do tema por volta da edição 50. Era engraçado, mas não ridículo.

Um verdadeiro exemplo de história bem contada.